A partir do dia 08 de fevereiro, os cidadãos de Lagoa Grande (PE), já saberão a quem se dirigir para reivindicar as obras e os projetos que o município necessita para melhorar as condições de vida da comunidade. 15.755 eleitores e os candidatos vão estar aliviados dos desgastes de duas eleições quase ininterruptas que já fazem parte da história de um dos municípios mais jovens de Pernambuco. O último prefeito do município, Robson Amorim (PSB), que tem como vice, a Vereadora Vilma Ferreira do PR, concorre com Rose Garziera do PMDB que tem como vice, Bedé Rêgo do PPS.
As novas eleições foram determinadas pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE-PE, após o candidato vencedor da primeira eleição, Jorge Garziera, ter sido impedido de assumir o cargo, porque teve o seu registro de candidatura negado pelo TRE. As justificativas foram às prestações de contas erradas que os desembargadores consideram insanáveis, no segundo governo de Garziera, entre 2001 e 2004.
Os advogados de defesa do ex. prefeito asseguraram que vão continuar contestando essa interpretação na justiça. Garziera foi prefeito de Lagoa Grande por dois mandatos. No último pleito foi eleito com 53% dos votos válidos. Impedido de concorrer, o ex prefeito indicou a mulher Rose Garziera. Robson Amorim foi Presidente da Câmara de Vereadores do município entre 2001 e 2004, governando a cidade de primeiro de janeiro de 2005 até 31 de dezembro de 2008.
O eleito ou a eleita toma posse ainda em fevereiro, de acordo com a portaria do TER-PE. Lagoa Grande vem sendo administrada pelo atual Presidente da Câmara Municipal, Doutro de Holanda (PSB).
Histórico
O município de Lagoa Grande foi emancipado em 16 de julho de 1995, através da Lei Estadual número 11.215 de 16 de julho de 1995, desmembrado do Município de Santa Maria da Boa Vista. A instalação de Lagoa Grande ocorreu em primeiro de janeiro de 1997. A economia de Lagoa Grande é baseada na agricultura, indústria e principalmente no Pólo Vitivinícola de Pernambuco que abrange também a cidade de Santa Maria da Boa Vista.
Na região foram instaladas oito vinícolas que produzem em média oito milhões de litros de vinhos finos ano.A partir de 2001, a cidade passou a ser conhecida como “a capital da uva e do vinho do Nordeste”. As vinícolas geram mais de 10 mil empregos diretos e indiretos e são responsáveis pela produção anual de 20,5 milhões de kg de uvas. A produção de vinho é escoada para o mercado interno e exportada para países da Europa.
Desafios
O Pólo Vitivinicola, mudou parte da paisagem rural de Lagoa Grande, mas os problemas de infra-estrutura e a má distribuição de renda ainda são flagrantes mesmo depois da emancipação. O abismo sócio-econômico entre a população da área irrigada e da de sequeiro impressiona. Alem da população local, a cidade recebe levas de migrantes, vindas de outras regiões do Nordeste em busca de melhores condições de vida e não dispõe de estrutura de moradia, emprego, escola, segurança e serviço de saúde condizentes com a alta demanda. Falta saneamento, calçamento, moradias e escolas. Mas os desafios não se esgotam nas questões sociais. Os problemas de ordem política no município deixam a população preocupada e na expectativa de que a partir do próximo ano, as prioridades da nova gestão, estejam voltadas eminentemente para a comunidade. Lagoa Grande sente os efeitos de uma emancipação que ainda não amadureceu.
Jota Menezes
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